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Demissão por justa causa no home office. O que diz a CLT e quando vale recorrer à Justiça do Trabalho

31 de outubro de 2025
O Antagonista

 A emissão por justa causa no trabalho remoto segue as mesmas regras da CLT aplicadas ao regime presencial, mas pode gerar dúvidas sobre comprovação e contestação. Esse tipo de desligamento acontece quando o empregador identifica faltas graves que justificam o fim imediato do contrato sem direito a várias verbas rescisórias.

Saber como agir diante dessa situação protege seus direitos trabalhistas e permite questionar decisões injustas ou baseadas em provas frágeis. A falta de presença física no ambiente de trabalho não elimina suas garantias legais.

 

Quais motivos justificam a demissão por justa causa no home office?

A legislação trabalhista estabelece situações específicas que permitem ao empregador encerrar o contrato sem pagar todas as verbas rescisórias. No trabalho remoto, essas condutas precisam ser comprovadas de forma clara e documentada.

As principais razões que podem levar à justa causa durante o home office incluem:

  • Abandono de emprego caracterizado pela ausência injustificada por mais de 30 dias consecutivos sem contato com a empresa
  • Descumprimento reiterado de horários e prazos estabelecidos, especialmente quando há registros de advertências anteriores
  • Violação de segurança da informação, como compartilhamento de dados confidenciais ou senhas corporativas com terceiros
  • Embriaguez durante o expediente comprovada por meio de reuniões online ou relatórios de desempenho incompatível
  • Insubordinação grave demonstrada por recusa em executar tarefas dentro das suas atribuições contratuais

 

Como contestar uma demissão por justa causa injusta?

Se você acredita que a demissão por justa causa foi aplicada de forma incorreta ou sem provas suficientes, tem o direito de questionar judicialmente. Reúna todos os documentos que comprovem sua versão dos fatos, incluindo e-mails, mensagens, prints de conversas e registros de ponto eletrônico.

Procure um advogado trabalhista para analisar seu caso e ingressar com uma ação de reversão da justa causa. O juiz poderá converter o desligamento em demissão sem justa causa se identificar que o empregador não apresentou evidências concretas da falta grave, garantindo o recebimento de todas as verbas rescisórias devidas.

 

Quais direitos você perde ao ser demitido por justa causa?

A rescisão contratual por justa causa elimina o acesso à maioria das verbas indenizatórias previstas na legislação. Essa modalidade de demissão é considerada a mais severa justamente por reduzir significativamente os valores recebidos pelo trabalhador.

Ao ser desligado por justa causa, você deixa de receber os seguintes direitos:

  • Aviso prévio indenizado e sua respectiva multa proporcional ao tempo de serviço prestado
  • Multa de 40% sobre o saldo do FGTS depositado durante todo o período do contrato de trabalho
  • Saque do saldo disponível na conta do Fundo de Garantia vinculada ao emprego
  • Seguro-desemprego nas parcelas que teriam direito conforme o tempo de contribuição anterior
  • Proporcional de férias com acréscimo do terço constitucional referente ao período trabalhado

 

O que fazer imediatamente após receber a notificação?

Ao ser comunicado sobre a demissão, solicite por escrito a descrição detalhada do motivo que levou à aplicação da justa causa. Guarde toda a documentação relacionada ao desligamento, incluindo a carta de demissão e eventuais advertências ou suspensões anteriores.

Não assine nenhum documento sem ler atentamente e, se possível, leve os papéis para um advogado avaliar antes da assinatura definitiva. Você tem até dois anos após o desligamento para entrar com um processo trabalhista contestando a decisão, mas quanto mais rápido agir, melhor será para preservar provas e testemunhos.

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